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Foto do escritor@paespelomundo

Para celebrar o dia do queijo, conheça um pouco da história desse alimento milenar

Amado desde os tempos dos Sumérios, o queijo conquistou corações mundo afora, tem muita história para contar e celebra o seu dia em 20 de janeiro 



Taboa de queijos colorida e fundo escuro
Táboa de queijos - foto divulgação


É sabido popularmente que há centenas de anos a gastronomia da França reina incontestavelmente como referência no mundo. Sua estratégica posição geográfica, localizada na região central do velho continente, é um dos fatores-chave da sua enorme riqueza cultural que, entre guerras e conquistas, revoluções culturais, políticas e científicas, a transformou em um local um tanto peculiar que influencia diferentes culturas mundo afora. 

 

Entre todas as singularidades que permeiam a história da Europa, os queijos franceses merecem um capítulo especial. Alimento milenar e de fácil transporte, sua importância é tamanha que, de acordo com fontes consultadas, no dia 20 de janeiro é celebrado o dia mundial do queijo.

 

No início da Primeira Grande Guerra, o exército francês comprou grandes quantidades de queijos Gruyère e Cantal porque podiam ser transportados e consumidos com facilidade.

 

É famosa a frase de Charles de Gaulle: “É impossível governar um país com 325 tipos de queijos” sendo que, atualmente, somente na França existem mais de 1.200 qualidades da iguaria, que mudam completamente de acordo com o tipo de animal que fornece o leite, região e a forma que estes animais são criados, local de maturação dos queijos e até mesmo o tipo de pasto que é consumido exerce influência no sabor do alimento.

 

Não se sabe exatamente quando os queijos surgiram. Somente o alaranjado Mimolette foi criado ainda no século XVII. Segundo a história conta, o queijo foi desenvolvido durante o reinado de Luís XIV, quando a França e a Holanda estavam em guerra. Para não consumir o produto do seu rival, houve uma proibição do consumo de queijos do oponente no país e o rei determinou a criação de um queijo similar ao holandês Edam, muito consumido pelos franceses na época. O queijo recebeu uma coloração alaranjada devido ao Urucum que eles importavam do Brasil e uma massa meio mole, meio dura, tal qual sua textura. A tradução livre de seu nome vem da palavra “bezerro”, justamente por conta das características dessa massa.




Foto Wii - divulgação
Queijo Brie - foto Wix divulgação

O famoso Brie, que por séculos tem sido referido pelos franceses como “O Rei dos Queijos”, recebeu o nome da região de onde veio, entre os vales dos rios Sena e Marne, a 28 quilômetros de Paris, e possui inúmeras histórias. Conta-se que o mulherengo Henrique IV esqueceu de um encontro que teria com sua amante quando sua esposa o presenteou com um pedaço do amanteigado queijo.

 

Com tantos predicados em volta de um único item, não é de se admirar que o governo francês tenha se empenhado duro para proteger um símbolo tão forte da nação. Em 1905 foi criada na França a denominação AOC - Appelation d’origine Controlée - que, em 1992 foi alterado paraAOP - Appellation d'Origine Protégée - um rótulo que garante que o produto foi transformado e produzido numa área geográfica específica, com respeito pela qualidade, tradição, pessoas e pela identidade de seu lugar de origem, o que faz que ele seja reconhecido como ímpar e como referência de qualidade, aquilo que conhecemos como ‘Terroir’.

 

O rótulo AOP é um sinal europeu que protege o nome do produto em todo o mundo. As exigências para se obter tamanho prestígio são extremamente minuciosas e aprovadas por instituições governamentais.

 

O assunto é extenso e vai desde curiosidades históricas, passando por tipos diferentes de corte, processos, tipo de animal, tipo de leite, pasteurização, resfriamento etc. Um universo à parte que merece ser descoberto e saboreado vagarosamente.

 

Feliz Dia Mundial do Queijo!

 

Fonte: 

Hénaut, Stéphane

A deliciosa história da França: as origens, fatos e lendas por trás das receitas, vinhos e pratos franceses mais populares de todos os tempos / Stéphane Hénaut, Jeni Mitchell; tradução Drago. – São Paulo: Seoman, 2020

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