O titulo é novo, mas já era esperado. A Índia torna-se o país mais populoso do mundo com 1.428.000.000 (um bilhão, quatrocentos e vinte e oito milhões de pessoas). O censo que confirmaria essa notícia vem sendo aguardado desde 2021, mas por motivos óbvios, os anos pandêmicos adiaram a informação oficial para o ano de 2023.
Três milhões a mais que a China, mas, em metade da extensão territorial do Brasil. Um número gigantesco de pessoas, 18% da população mundial. E talvez tão grande quanto os desafios que o país da Ásia Meridional precisa enfrentar.
A desigualdade social é evidente na Índia, não precisa buscar números oficiais. Ela está nas ruas, nas atrações turísticas, nas aglomerações de pessoas por onde quer que você passe.
A sensação que eu tive, a primeira vez no sul do Índia, é de um país que não dorme. Tarde da noite, ao abrir a janela do quarto do hotel na cidade litorânea de Pondicherry, foi uma surpresa ver muita gente caminhando na rua.
No trem em Madurai, a mesma sensação. Muita gente. Nos aeroportos só é permitida a entrada de pessoas que comprovem o bilhete de viagem. E ainda assim, muita gente.
De toda forma, quando viajamos para um país de realidade cultural diferente da nossa, exótico, são outras as questões que passam em nosso planejamento: para onde vou primeiro? O que eu vou comer? Será que tenho que levar algo a mais? Qual é o dinheiro?
A Índia como um dos destinos turísticos mais interessantes do mundo por sua diversidade cultural e religiosa traz consigo os mesmos contrastes da realidade sócio-econômica.
As cores dos Saris, a roupa mais tradicional das indianas, ou do Doti, a vestimenta masculina, transitam entre nos becos enlameados e os luxuosos e premiados hotéis das grandes cidades.
Na mesma semana que os telejornais anunciam a gigantesca população indiana superar a chinesa, o Rambagh Palace, o mais emblemático hotel de Jaipur, é premiado como o mais luxuoso do mundo.
E não está sozinho, a Índia é um país de turismos para todos os bolsos, gostos e descobertas. Além da turística Jaipur, Srinagar, Hyderabad, Pallivasal são outras cidades com hotéis premiados no Travellers’ Choice.
Em que pese os sabores da Índia serem aclamados em restaurantes premiados mundo a fora, é a comida de rua que chama atenção no país, pela simplicidade nos tachos de grão de bico, nas frutas temperadas com páprica picante, ou ainda nas batatas assadas, nas castanhas, no chapati, e por que não dizer acompanhado de um bom chai.
Andando pelas ruas no norte ou no sul do país, eu me perguntava como alimentar tanta gente? onde cozinhar para tanta gente?
A religiosidade indiana se mistura à religiosidade culinária. Molhos e temperos, queijos e grãos, legumes ralados, e muito trigo. Provei sorvete de sapoti no mesmo dia que tomei suco de spirulina.
Em Delhi, tive a oportunidade de ser voluntário na também gigantesca cozinha do Templo Sikh, a 5ª maior religião do mundo, sendo a maior parte dos fiéis da própria Índia.
A cozinha do Templo prepara até 60 mil refeições por dia nos finais de semana. Tudo feito por voluntários, doado por empresas, e comido por quem quer que se habilite, peregrino ou não.
Isso mostra que o país mais populoso do mundo deve continuar crescendo, e que cresça inclusive em seu desenvolvimento social e econômico, mas sem deixar de lado suas tradições e generosidade.
É por isso que na Índia, é possível viajar por diversas Índias: a da novela, a do jornal sensacionalista, a religiosa imersa em templos e ashrams, ou indiferente a tudo, uma Índia que você busca, longe de preconceitos. Pense nisso!
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